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"Das Sombras de Quioto à Luz de Lisboa" - Azulejos de Haru Ishii

Patente ao público no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, uma exposição da artista japonesa Haru Ishii, que teve o seu primeiro contacto com a tradicional arte portuguesa há mais duas décadas.

2 Set a 31 Dez 2017

Museu Nacional do Azulejo
R. da Madre de Deus, 4 – 1900-312 Lisboa

Haru Ishii é uma artista japonesa nascida em Tóquio, que teve o primeiro contacto com o azulejo em 1995, quando veio a Portugal e experimentou durante um mês, numa oficina em Palmela, a tradicional arte portuguesa.

De então para cá, ou seja, com 21 anos completos, Ishii tem dedicado toda a sua criatividade ao azulejo, que passou a ser o seu modo de vida, o seu ganha-pão. Concebendo as obras em Tóquio, e mais recentemente em Quioto para onde se mudou, Ishii recolhe as encomendas dos clientes japoneses e vem executá-las em Palmela, no Espaço Fortuna. Com aturada pesquisa e experimentação, Ishii conquistou, ao longo dos anos de actividade que leva na produção do azulejo, os mais ocultos segredos desta arte tradicional portuguesa, para os recriar e reinventar, muito à maneira nipónica, tirando partido das suas raízes culturais.

Com obra pública dispersa pelas mais diversas cidades japonesas de Tóquio a Quioto, de Shimane a Hiroshima, de Kochi a Okayama, entre tantas outras, e para além de variadas colecções, Ishii apresenta no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, uma mostra que é a síntese do entendimento luso-nipónico de 474 anos.

Os trabalhos estão divididos, sumariamente, em duas salas.

Na primeira sala, em que reclama as suas origens no arquipélago nipónico transbordante de água e onde esta é parte do ambiente por excelência – no mar, na chuva que alimenta as verdejantes florestas, na dieta à base de peixe, na cultura, como a cerimónia do chá –, materializa as suas raízes, tudo entre sombras.

Numa segunda sala, mais vibrante e luminosa, Ishii recorda os laços históricos luso-nipónicos tão bem retratados nos biombos namban, recuperando a viagem das naus portuguesas entre continentes, sulcando mares, ultrapassando ventos e marés, para trazerem para Ocidente o que de mais exótico e requintado oferecia o Japão.

Os volumes contendo esses valores, essas mercadorias, Ishii “despeja-os” num terceiro espaço, o claustrim do Convento da Madre de Deus, onde se apresentam as experiências com mais de 470 anos.

Porque uma viagem tão longa e perigosa, como a experiência de Haru Ishii nestes 21 anos de actividade, não pode ser feita sem a ajuda Divina, a artista oferece-nos, no espaço sacro do Coro Alto da Igreja, um simbólico padrão evocativo da força das convicções.

 

:: Exposição
Inauguração, Sexta-feira, 1 de Setembro de 2017
Patente até 31 de Dezembro de 2017
c/ catálogo em português, japonês e inglês
Comissariada por Eduardo Kol de Carvalho
inauguração com a demonstração de Ikebana por Shuho

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