Relações com os países africanos, Timor e Macau

A nação sem o império, por Diogo Pires Aurélio

A reflexão em tomo das mudanças registadas em Portugal na última década tem privilegiado, como tema quase obrigatório, o fim do império africano. O facto não é de estranhar, tanto mais que, praticamente desde o declínio do império asiático, a cultura portuguesa oscilou entre dois polos, um de tragédia, outro de voluntarismo e esperança. A par desse registo cultural há, porém, outros em que a consideração do abandono das ex-colónias faz sentido. Este tratou-se de um acontecimento decisivo que coloca o país perante novos desafios e obriga a repensar o seu posicionamento internacional, reordenar os seus dispositivos de defesa e porventura a reconverter o seu aparelho produtivo. Além disso, foi uma amputação do território português em que decorreu uma parte irrecusável da história e que, assim, não era apenas um espaço político, económico e estratégico mas também um dos símbolos privilegiados do corpo nacional, cuja defesa se apresentava como imperativo indiscutível e não como simples resultante de um cálculo de benefícios. É neste quadro que o presente artigo pretende averiguar se a perda do império africano teve, afinal, grandes repercussões na identidade e coesão nacionais.

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Data
1986-09-21
OBS
AURÉLIO, Diogo Pires. "A nação sem o império". Estratégia - Revista de Estudos Internacionais: Lisboa. IEEI. Nº 2. (1986), p. 23 a 36 págs.
Dimensão do suporte
14 págs.
Idioma
Português