Segurança e Defesa
Europa: Um Interesse Vital, por Maria do Rosário de Moraes Vaz
Em dezembro de 1995, depois dos Acordos de Dayton, partia para a Bósnia-Herzegovina o contingente militar português que tomou parte na operação militar que, liderada pela NATO e maioritariamente constituída pelos seus membros, haveria de metamorfosear-se, em dezembro de 2004, na primeira operação militar europeia de envergadura. A participação na Bósnia revela a plena consciência de que na estabilização do continente europeu, inseparavelmente aliada à sua democratização reside o primeiro, o mais importante e vital, interesse de segurança de Portugal. A Bósnia representa ainda, tal como Timor e o Afeganistão, e talvez mais especialmente o Kosovo, a progressiva deslocação da utilidade de manutenção e emprego do instrumento militar, que Portugal e a generalidade dos países europeus vão quase inconscientemente subscrevendo, mais nos atos que nas formulações doutrinárias, da defesa do Estado para segurança, e a proteção dos cidadãos, inclusive contra os regimes a que estão sujeitos.