Adesão à Europa e Política Europeia

O Atlântico Norte e os desafios do Sul – perspectiva histórica, por J. Borges de Macedo

A expressão “Atlântico Sul”, que suscita uma ressonância tão pervasiva no final da década de oitenta, tem, não obstante, na vida do homem ocidental, e mais ainda na história da Europa, uma presença relativamente curta. A relação com o Atlântico é, portanto, muito posterior à génese da civilização europeia, cujo desenvolvimento está profundamente relacionado com o Mediterrâneo. Assim, do ponto de vista tanto político como económico, social e cultural, o desenvolvimento da civilização europeia está profundamente conectada com as suas particularidades geográficas – seja pela sua posição, divisão ou prematura constituição da polis. Estas particularidades resultaram numa constituição da Europa que é fundamentalmente interna e “europeia”, pois apesar das influências de outras áreas, as suas aquisições fundamentais provêm da resposta que representa como mentalidade, de crença no aperfeiçoamento e no sentido prático da sua constituição. Com vista na análise das condições geográficas históricas europeias e a prova da tese de que esta constituição inicial é maioritariamente interna, o presente artigo averigua as formas como a abertura para outras áreas e para um enorme campo experimental de verificação de ideologias, sistemas e soluções é feito e contribui para a afirmação – ou negação – daqueles valores europeus e se equilibram com eles em processos de decisão geopolíticas.