Ordem Internacional e Multilateralismo

O mundo sem defesas, por Álvaro de Vasconcelos

Os primeiros meses da presidência Bush vieram comprovar tudo quanto dela se temia. Os Estados Unidos demitem-se das suas responsabilidades e contrariam as iniciativas da comunidade internacional. E o vazio criado pela ausência americana não foi preenchido ainda por ninguém. Não o preencheu a União Europeia apesar da sua ambição para isso. Não o preencheu uma coligação heteróclita de países do Sul, em que subsistem em muitos casos prolemas de legitimidade dos governos. Resta Kofi Annan e a sua vontade de fazer das Nações Unidas o propulsor de iniciativas portadores de mudança em questões como o racismo, a sida, os refugiados, ou ainda a procura de soluço para crises graves que comprometem a paz como é hoje a crise que se agudiza no Médio Oriente, em seguimento, em grande parte, da deterioração da iniciativa americana e da fragilidade da política externa europeia.