Relações com os países africanos, Timor e Macau
O processo de transição de Macau, por Carmen Mendes
O Estado Português, logo após a revolução democrática de 1974, foi incapaz de definir um objetivo estratégico claro para Macau. Assim, nesse período conturbado, Portugal assumiu posições políticas internacionais que limitaram seriamente as possibilidades de impor à República Popular da China um propósito estratégico português. Consequentemente, o propósito estratégico para as negociações sino-portuguesas tornou-se, assim, muito limitado. De igual modo, o contexto político interno de Portugal e a burocracia tiveram impactos diretos e indiretos na definição e implementação da estratégia portuguesa. Partindo deste contexto, o presente texto fornece uma análise da forma como o Estado negociou com a RPC a resolução da questão de Macau, concluindo que o contexto político teve um impacto no resultado das negociações.