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Centro Interpretativo Almada Negreiros

O Centro Interpretativo Murais de Almada nas Gares Marítimas é um espaço dedicado às pinturas murais que o artista Almada Negreiros fez para dois edifícios com a função de gare marítima, desenhados pelo arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e construídos na década de 1940. As gares distam cerca de 800 metros e um transporte levará o visitante de uma a outra.
O Centro Interpretativo conta a história das pinturas e do contexto da sua execução, do artista e da sua obra pela cidade de Lisboa, e também a história de quem passou por estas gares ao longo da segunda metade do século XX, num percurso por nove salas: Cais, O que contam as paredes, Passagens, Partidas, Chegadas, História mural, Diz que disse, Almada em Lisboa, Almada Negreiros Artista.
Ao longo de nove salas, conta-se a história das pinturas, do artista e da sua obra pela cidade de Lisboa, e de quem passou por estas Gares ao longo da segunda metade do século XX.
Gare Marítima de Alcântara
Almada Negreiros foi convidado a conceber os oito painéis de pintura mural deste salão, iniciando os seus estudos em 1941. A estação ficou concluída em 1943, e as pinturas em 1945.
Almada dividiu-as entre a mitologia nacional — mas da tradição popular — e o retrato mais realista de uma Lisboa ribeirinha. Cada um dos dois trípticos e dos dois painéis isolados é acompanhado por uma descrição que lhe serve de título.
Numa das paredes, o painel isolado intitula-se Ó terra onde eu nasci e os três painéis do tríptico têm por tema a cidade de Lisboa, com o título Quem não viu Lisboa não viu coisa boa, no qual se mostra, entre outros elementos, o árduo trabalho das mulheres carvoeiras.
Na outra parede, três painéis constituem um tríptico com o título Lá vem a Nau Catrineta que traz muito que contar, que vem do poema popular Nau Catrineta, recolhido e publicado por Almeida Garrett no século XIX. Relata eventos de uma tripulação de navio quinhentista, embora Almada atualize a representação das personagens, aproximando-as das pessoas suas contemporâneas, da década de 1940. O título do painel isolado é dedicado à lenda de D. Fuas Roupinho, embora metade da composição seja ocupada por mulheres e homens pescadores, em trabalho ou em descanso.
Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos
Depois de terminar a pintura dos murais da Gare Marítima de Alcântara em 1945, Almada Negreiros começou a preparar o projeto para a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos em 1946, terminando a sua pintura em 1949.
Aqui, abandonou a dependência narrativa mais evidente da primeira Gare, tratando as figuras de forma mais geometrizada e as cores aplicadas em blocos sem gradações ou ilusão tridimensional, numa conjugação de cubismo e artes gráficas.
Num dos trípticos, Partida de Emigrantes, vemos despedidas consternadas e o embarque de quem parte em busca de melhores condições de vida, temática que não estava em sintonia com a mensagem que o regime queria passar.
Noutro tríptico, Domingo Lisboeta, vemos três painéis independentes, cada um com conjuntos de pessoas num pequeno barco em baixo (uma família, dois pescadores e saltimbancos). Vemos também barcos em construção, varinas monumentalizadas — uma delas africana — e uma multidão observando artistas de circo. À semelhança do tríptico oposto nesta mesma sala, estamos perante temas que afrontam a imagem que o regime quereria ver projetada nestas paredes, de tal forma que estes painéis, à época, estiveram em vias de ser destruídos.
Horário
Todos os dias, das 10h às 19h (última entrada às 18h).
Encerra 25 de dezembro.
Serviço Educativo
atividades para grupos
visitas guiadas – já disponível
oficinas – brevemente
Contactos
Tlm.: +351 915 553 626
E-mail: servico.educativo@cian.pt
Gare Marítima de Alcântara
Doca Alcântara 1350, Lisboa
1350-355 Lisboa – Portugal
Gare Marítima da Rocha do Conde d'Óbidos
R. Gen. Gomes Araújo 1, Lisboa
1350-352 Lisboa – Portugal