No Japão coexistem tradicionalmente duas religiões, o xintoismo e o budismo.

O xintoísmo, a via dos kami, é a antiga religião. Consiste no culto dos espíritos que asseguram a prosperidade e fertilidade e são ora a personificação de forças da natureza, o vento, a trovoada, o sol, as montanhas, os rios, os rochedos, as árvores, ora a divinização de antepassados, guardiães de clãs, de heróis históricos, de criadores de arte ou de técnica.

É uma religião na qual não existem textos sagrados.

Os kami são espíritos protetores que assumem, cada um, um estatuto e funções específicas e não têm entre eles uma hierarquia definida. Nem Amaterasu, a deusa do Sol, antepassada da família imperial, nem Hachiman, o deus da Guerra, têm poder sobre os outros kami.

O culto aos kami é prestado nos templos, reconhecíveis por um pórtico ao ar livre, o torii e, em altares domésticos, moradas de um ou vários kami, representados por um objeto simbólico, que no caso do altar aqui apresentado, é um espelho.