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Roteiros

Açores - Rota do Infante

Entre o velho e o novo mundo, um passeio pelas nove ilhas do Atlântico com indicações de viagem e locais culturais.

São Miguel - Lagoa das Sete Cidades Terceira - paisagem rural Santa Maria - Vila do Porto Faial - Museu dos Baleeiros São Jorge - Baía da Calheta, Vila da Calheta Graciosa - Centro da vila de Santa Cruz Pico - Montanha do Pico Flores - paisagem do interior da ilha Corvo - Lagoa do Caldeirão

Nove ilhas formam o arquipélago dos Açores:
São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, Pico, Faial, São Jorge, Corvo e Flores

De origem vulcânica, implantado na crista central do Atlântico, o arquipélago é marcado por uma paisagem exuberante. No cimo dos grandes cones vulcânicos, a erosão abateu as crateras, formando lagoas e "caldeiras", que se repetem em formas e tamanhos diferentes nas várias ilhas e picos. Em algumas ainda se notam manifestações de vulcanismo, com águas e terras fumegantes, num ambiente exótico onde prevalece um património natural raro. Os campos verdes e trabalhados e as ravinas e praias completam o quadro da deslumbrante natureza.

Mas a localização privilegiada era e é o grande atributo do arquipélago. "Porta do Atlântico", os Açores são para alguns a mítica Atlântida desaparecida. O certo é que, em função da sua localização, as "ilhas encantadas" foram feitas como ponto de paragem dos navios que faziam a rota atlântica, entre o velho e o novo mundo. Durante três séculos, as armadas portuguesas e espanholas ancoravam os seus barcos no retorno das longas viagens à Índia, a África, ao Brasil e à América Central. Beneficiando do intenso comércio e do intercâmbio cultural, foram adquirindo uma identidade própria e acumulando um património artístico de riqueza incalculável.


Desde o reconhecimento dos Açores por Diogo de Silves, em 1427, e a sua posterior colonização, que os atributos naturais e a qualidade agrícola das ilhas encantam os europeus. Em 1439, quando o Infante D. Henrique recebeu autorização para povoar as ilhas, tinha-se já iniciado a criação de ovelhas no arquipélago.

A produção açoriana de trigo no século XVI sustentou, em parte, o continente e era produto procurado pelos mercadores de todo o mundo. Outra mercadoria abundante e apreciada durante o período das navegações atlânticas era o pastel, utilizado na tinturaria de tecidos. Ingleses, escoceses e franceses demandavam as ilhas para abastecer as suas manufaturas e davam em troca do pigmento panos e mercadorias.

1. Terceira

O porto de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, foi durante o século XVI um dos mais movimentados do mundo atlântico. A cidade, que tem o seu nome derivado da enseada e porto natural que se forma na sua costa (a "angra"), desenvolveu-se rapidamente e era então o maior centro urbano do arquipélago.
Um viajante holandês do século XVI a ela se referiu dizendo que "a cidade de Angra, metropolitana das ilhas, e também cabeça das outras dos Açores, brilha muito pela honra da catedral, pela autoridade do governador e tribunais judiciais".
Esta cidade, uma metrópole na Era de Quinhentos, foi classificada como Património Mundial pela UNESCO devido ao seu valor histórico e artístico e ao seu significado cultural como expressão do encontro de culturas.

2. São Miguel
Na Ilha de São Miguel, a maior de todo o arquipélago, as cidades de Ponta Delgada e Ribeira Grande são os principais centros urbanos. Uma e outra reservam encantos para os visitantes com seus centros históricos e conjuntos monumentais, e com as famosas festas que ali se realizam, em especial os rituais da festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, mundialmente conhecida.
Mas a ilha de São Miguel é também famosa pelas suas paisagens, com as hortências a marcar os caminhos, com a caldeira das Sete Cidades, a Lagoa das Furnas e a Lagoa do Fogo, todas cenários naturais de extraordinária beleza. Aqui prosperou no século XIX uma aristocracia romântica e liberal.

3. Santa Maria
A eloquência da paisagem marca do mesmo modo a paisagem a ilha de Santa Maria, primeira a ser reconhecida por Diogo de Silves. Na Vila do Porto, a mais antiga vila do arquipélago, o tempo do Infante pode ser invocado pelas ruínas e vestígios das antigas casas quinhentistas. Na capela dos Anjos, na costa norte, os marinheiros de Cristóvão Colombo rezaram missa de ação de graças na volta da sua viagem de descobrimento da América.

4. Faial e São Jorge
As ilhas do Faial e de São Jorge, centros produtores de pastel no século XVI, incluíam-se entre as mais visitadas pelos mercadores. Foram flamengos os primeiros povoadores de ambas as ilhas, ainda no tempo do Infante. No Faial, na rota dos baleeiros, a cidade da Horta mantem a sua tradição portuária, sendo hoje um polo de atração dos veleiros que atravessam o atlântico e ponto de encontro de viajantes de todo o mundo.

5. Graciosa
Na Graciosa, a vila de Santa Cruz sobressai com as suas casas brancas enquadradas com a paisagem natural da ilha.

6. Pico
No Pico, o centro das atenções é a grande montanha central com 2351 metros de altitude, sempre envolta em neblina.

7. Flores e Corvo
As ilhas das Flores e do Corvo que formam o grupo ocidental do arquipélago constituem-se como verdadeiras reservas, não só em termos da sua natureza física e paisagem privilegiada, mas também como núcleos que souberam manter tradições culturais muito próprias.
Com uma identidade comum, cada uma das nove ilhas apresenta aspetos específicos relacionados com as raízes históricas que se traduzem nas manifestações da cultura popular, no património artístico e etnográfico e na relação privilegiada com a natureza. Região peculiar, reserva históricas de raízes ancestrais de cultura europeia, com manifestações onde sagrado e profano se ligam, como as festas do Espírito Santo, de extraordinária vitalidade.

 

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