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"Sete Graus Sempre a Descer"

Depois da publicação de O Quotidiano a Secar em Verso, livro que o poeta e crítico José Mário Silva saudou como «um meteorito que cruzou o céu da poesia portuguesa», chega agora às livrarias nova obra de Eugénia de Vasconcellos.


Sete Degraus sempre a Descer,
é uma delicada interrogação do ofício poético e da linguagem amorosa, da sua decepção e cinzas. No posfácio, o poeta e escritor brasileiro Marco Lucchesi chama a Sete Degraus sempre a Descer, «alta poesia», uma «poesia sísmica, de larga magnitude», aproximando-a da «noite dos sentidos», de Al Berto, e João da Cruz, de Teresa de Ávila e de Adélia Prado.

Sete Degraus sempre a Descer oferece à poesia portuguesa vivências amorosas com que a nossa língua teme conviver ou que se envergonha de tocar: por um lado, a humildade dos objectos e das coisas, uma faca, laranjas, lençóis e cama, por outro lado, a ardente relação com as pulsões e sentimentos, o beijo, o desejo, a carne e o espírito.

Poeta, Eugénia de Vasconcellos escreve também ficção – um conto seu integra o volume Do Branco ao Negro, que reúne ficções de Lídia Jorge, Yvette Centeno, Ana Luísa Amaral e Maria Isabel Barreno, entre outras autoras; escreve também ensaio, género em que se destaca Camas Politicamente Incorrectas da Sexualidade Contemporânea. Foi publicada, individualmente e em antologia, na Catalunha, na Sérvia, na Roménia e na Alemanha.

Três leituras da poesia de Eugénia de Vasconcellos:

Marco Lucchesi:

«Eugénia possui uma poesia sísmica, de larga magnitude, mesmo quando parece dizer o contrário, mesmo quando voluntariamente arrefece, no intervalo dos versos, no rumor de fundo que organiza seu canto, ao sabor de uma unidade descontínua, nas ligaduras, que soltam e amarram seus fragmentos, as falhas geológicas, o incessante vulcanismo de lava e lapilli.

Eugénia de Vasconcellos é detentora de uma voz profunda e cristalina, livre e rigorosa, humilde e altiva, filha e mãe das leituras que a atravessam, convocadas pela vida, estratos e camadas de presente, como o mármore de Bernini para Teresa em Santa Maria della Vittoria.»

Yvette Centeno:

«E no caso de Eugénia, se a poesia fosse assinada por um pseudónimo masculino, não me espantaria. A linguagem é seca, como tantas vezes a dos prosadores ou poetas masculinos. Seca, ou melhor, despida de artifício, mas intensa. Intensa mas algo displicente, o que esconde o melhor do seu sentido de humor: ela pega nas palavras, nos versos, no todo ou em parte da narrativa poética , como quem pega nas roupas que lavou ( cabe à mulher, nas suas funções alquímicas, de transformação, é o que se vê numa das belas gravuras da Atalanta Fugiens, lavar a roupa...matéria a ser sublimada...) e pronto, põe esse quotidiano que é o seu a "secar em verso", na corda da sua (e nossa) imaginação.

Que maneira de lidar com a poesia...dirão alguns? Mas é uma óptima, para não dizer perfeita maneira: é íntima, como toda a poesia que se impõe, ao modo rilkeano (nas cartas a um jovem poeta, a poesia "deve nascer da mais profunda solidão...").»

José Rentes de Carvalho:

«Quem me conhece um pouco sabe das dificuldades que tenho com alguma poesia, alguns poetas, e a idolatria que ataca certas almas, levando-as a perder as estribeiras se, num acesso de franqueza, lhes confesso a pouca valia em que tenho o seu ídolo e a obra do dito. Cai o Carmo, cai a Trindade, por vezes finda assim o que parecia amizade.

Deve ter sido pelas razões acima que ontem, num jantar, embasbaquei os convivas ao dizer-lhes que, num livro que por acaso me viera às mãos, tinha lido com interesse e apreço a poesia de uma senhora de que nunca ouvira falar.

Perdi-me de amores pela obra? Converti-me à obrigação de, a partir de agora, todos os dias ler poesia? Longe disso. Mas foi grande e agradável surpresa a novidade do tom, directo, simples e forte, a franqueza sem rodriguinhos nem lamechices, a desenvoltura do vocabulário quase – desculpem lá – parecendo ser obra de homem.

Foi uma boa surpresa, e ao talento de Eugénia de Vasconcellos aqui deixo vénia.»

Biografia da autora 

Eugénia de Vasconcellos nasceu em 1967, em Faro. Espera não morrer, jamais, ainda que as evidências deem a morte por inevitável. É poeta. E entre um poema e outro cabem as crónicas, o ensaio, os contos e o romance. Se tivesse de escolher um poeta, hoje, escolhia três: Camões, Whitman, Herberto Helder. É a poesia quem abre a porta ao futuro. É por isso que a morte não lhe morde os calcanhares. Autora de O Quotidiano a Secar em Verso (poesia), Camas Politicamente Incorrectas da Sexualidade Contemporânea (ensaio), Do Branco ao Negro (conto). Há traduções de obras suas em catalão, alemão, sérvio e romeno.

Obras da autora 

POESIA 
A casa da compaixão, poesia, Colibri, 2005
Quem pode habitar em Teu monte sagrado, poesia, Colibri, 2005
La casa de la compassió, edição bilingue, tradução Carles Duarte e Mireia Vidal-Conte, Curbet Edicions, 2012
Beijograd – coord. André Cunha e Maja Spanjevic, edição bilingue português-sérvio, vários autores, áudiolivro com 43 poemas de amor de poetas de língua portuguesa, numa cronologia de Camões a Gonçalo M.Tavares, Službeni glasnik e Boca, 2011
A poesia é para comer, coord. Ana Vidal e Renata Lima, vários autores, poesia, pintura, receitas, Babel, 2012 (Gourmand Cookbook Award na categoria de melhor Livro de Literatura Sobre Comida)
O Bordel das musas ou as nove donzelas putas, Claude le Petit, Versão Portuguesa de Eugénia de Vasconcellos, Desenhos de João Cutileiro, Guerra e Paz, 2014
Minha mulher, a solidão, de Fernando Pessoa, organização e apresentação de Manuel S. Fonseca, pintura de Ana Vidigal, poema de Eugénia de Vasconcellos, col. Três Sinais, Guerra & Paz, 2015 

CONTO 
Do branco ao negro, coord. São José Almeida, vários autores, contos, Sextante, 2014 

ENSAIO 
Cultura light, coord. Vítor Oliveira Jorge, vários autores, Universidade do Porto, Faculdade de Letras, Departamento de Ciências e Técnicas do Património, 2006
Camas politicamente incorrectas da sexualidade contemporânea, ensaio, Guerra e Paz, 2013

Sete Degraus Sempre a Descer
Eugénia de Vasconcellos
Ficção / Poesia
56 páginas · 16,5x20 · 12,00€
Nas livrarias a 6 de novembro
Guerra e Paz, Editores

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