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Victor Hugo Pontes é o novo diretor artístico do Teatro Nacional São João

Num concurso internacional com 17 candidaturas, foram cinco as propostas que chegaram à fase final de entrevistas. A decisão do Júri sobre o encenador e coreógrafo foi unânime.

© Estelle Valente

Victor Hugo Pontes foi o candidato escolhido para assumir funções de Diretor Artístico do Teatro Nacional São João (TNSJ) para o quadriénio de 2025-2028. A deliberação do Júri do concurso internacional, composto por Pedro Sobrado (Presidente do Conselho de Administração do TNSJ), Cláudia Leite (Vogal do Conselho de Administração do TNSJ), Alexandra Moreira da Silva (Professora universitária e investigadora teatral), Rui Lage (Escritor) e Salvador Santos (Produtor teatral e gestor cultural), foi unânime, tendo sido comunicada e aceite pela Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.

Na base da decisão está o reconhecimento de que Victor Hugo Pontes é um artista com um percurso consistente e vibrante, reconhecido nacional e internacionalmente. Um artista que pensa o palco como um espaço vivo de experimentação formal, de reflexão crítica e de responsabilidade social; que vem afirmando a sua distintiva marca autoral por via dos diálogos descomplexados que promove com diferentes disciplinas, como o teatro, a dança, a música, as artes plásticas, o cinema; que exercita uma ética colaborativa, envolvendo-se ativamente – como coreógrafo, encenador, intérprete e formador – em processos de criação com outros artistas e instituições culturais; que adquiriu, na direção artística da associação cultural Nome Próprio, uma comprovada competência organizativa, ao liderar projetos de considerável escala e complexidade técnica e artística; que detém uma notável capacidade de articulação com múltiplos parceiros e entidades; que tem mantido uma relação de proximidade com os textos da dramaturgia clássica e contemporânea, revisitando-os e transfigurando-os; que entende o teatro de repertório como um universo de possibilidades em contínua expansão; que sempre adotou a palavra como matéria movente de todo o seu processo criativo. Saliente-se que a transversalidade disciplinar que singulariza o percurso de Victor Hugo Pontes se repercute na pluralidade de intérpretes que dirige e envolve nos seus projetos artísticos, trabalhando com os mais variados elencos e intérpretes com e sem formação em artes performativas e de diferentes faixas etárias, explorando um universo artístico inclusivo e diversificado.

A candidatura apresentada por Victor Hugo Pontes revelou um alinhamento consistente com o perfil desejado exposto na Carta de Missão do TNSJ e uma interpretação idiossincrática das orientações estratégicas plasmadas no documento. Visando a convergência entre o imperativo de afirmar e aprofundar a matriz identitária da instituição e o desejo de nela introduzir novidade e diferença, o criador cénico preconiza para a instituição um caminho que assenta em cinco grandes eixos – “1) sedimentação e renovação de repertório; 2) valorização da criação emergente; 3) diversificação de linguagens e públicos; 4) reforço da dimensão educativa; 5) descentralização e afirmação internacional” –, todos eles identificados na Carta de Missão do TNSJ, mas reorganizados ou impulsionados por uma lógica de transversalidade que constitui a pedra de toque da sua candidatura.

Professor, encenador, cenógrafo e coreógrafo, nasceu em 1978 em Guimarães e vive no Porto. O seu trabalho reflete a sua formação multidisciplinar em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e em teatro pelo Balleteatro Escola Profissional, complementada por uma posterior formação em dança, no curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança. Fez o curso de Encenação de Teatro na Fundação Calouste Gulbenkian, dirigido pela companhia inglesa Third Angel, e, em 2006, o curso do Projet Thierry Salmon – La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono, na Bélgica e em Itália. Foi assistente de encenação de Nuno Cardoso durante dez anos.

O seu trabalho tem sido amplamente apresentado em território nacional, passando por teatros como o Teatro Nacional São João, Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Centro Cultural de Belém, e internacionalmente em países como Alemanha, Bélgica, Brasil, Espanha, França, Itália, Países Baixos e Rússia.

Foi nomeado para os Prémios SPA na categoria de Dança – Melhor Coreografia, com os espetáculos A Ballet Story e Os Três Irmãos e, em 2019, venceu nessa categoria com o espetáculo Margem. Integrou o programa DanceWeb 2017 do Festival ImPulsTanz em Viena, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Victor Hugo Pontes iniciará funções como Diretor Artístico do TNSJ em breve, em data a anunciar oportunamente, estipulando o regulamento do concurso que tal ocorra num prazo máximo de três meses após a comunicação da deliberação do Júri.

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