"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Luís Castro Mendes escreve contra o esquecimento, enquanto o mundo brilha cheio de som e de fúria, de beleza e de horror

A velhice e a infância, as viagens e os livros, o amor e a sua materialidade. A poesia e o tempo, a morte e a guerra, a política e os anos da Revolução.

Um livro que reúne memórias e escritos dispersos do poeta, ficcionista, diplomata e ex-ministro da Cultura com palavras emprestadas a Borges, Pessoa, Wilde, Beauvoir, Freud, Keats, Rilke, Agustina e muitos outros.

«Os poetas eram acusados de viver numa torre de marfim, ainda que essa torre pudesse ser mais frequentemente o barril de Diógenes, que apenas pediu a Alexandre o Grande, que o instou a formular um desejo, que se afastasse de si, porque a sua sombra lhe tirava o sol. Eu creio que a barbárie nos tira o sol, mas com o sol rouba-nos os jogos, a alegria, a inocência, tudo aquilo que não pesa por grave nos nossos corpos e nas nossas consciências, que é o poder de criar e fruir a própria vida.

Um poema de Kavafis descreve a ansiedade de um povo pela chegada iminente dos bárbaros. E quando eles afinal não chegam, lavra a desilusão. E agora que vai ser de nós sem os Bárbaros?/ Essa gente era uma espécie de solução, conclui o poema de Kavafis.

Estarão as nossas sociedades, como estes cidadãos do poema, ansiosamente à espera dos bárbaros que, se não resolvem os problemas, pelo menos eliminam-nos, pela espada dos guerreiros ou pela censura dos ditadores? Sim, os bárbaros são uma solução para muita gente. Menos para aqueles que vivem para alguma coisa a que a liberdade faz tanta falta como o oxigénio: a dignidade de ser humano.»

Da Nota Preliminar

Luís Castro Mendes
Poeta, ficcionista e diplomata de carreira, nasceu em 1950. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1974, serviu como cônsul-geral no Rio de Janeiro e foi embaixador de Portugal em Budapeste, Nova Deli, UNESCO-Paris e junto do Conselho da Europa em Estrasburgo. Foi Ministro da Cultura entre 2016 e 2018. Publicou o seu primeiro livro, Recados, em 1983, seguido das obras Areias Escuras (1984), A Ilha dos Mortos (1991), O Jogo de Fazer Versos (1994), Correspondência Secreta (1995), Outras Canções (1998), Os Dias Inventados (2001), Lendas da Índia (2011), A Misericórdia dos Mercados (2014) e Outro Ulisses Regressa a Casa (2016). Tem obras traduzidas em alemão e em francês. Recebeu o Prémio Nacional de Poesia Teixeira de Pascoaes, o PEN Clube, o Prémio D. Diniz da Fundação Casa de Mateus e o Prémio António Quadros.

Ficha Técnica:
Categoria(s): Não Ficção, Crónicas e Correspondências
Nº de Páginas: 168
Ano de Edição: Nov. 2025
ISBN: 978-989-576-323-8
Formato: 15x23
Capa: Brochado
Editora Guerra & Paz

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