"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Exposições

Estados Desunidos da América em exposição no Taguspark

Um retrato  de  um  país  altamente  mobilizado  mas  também  profundamente  dividido.

19 Mar a 14 Mai 2021

Taguspark - Cidade do Conhecimento
Núcleo Central, 100
Preço
Entrada livre

A exposição abriu a 19 de março e está patente até 14 de maio no Núcleo Central do Taguspark, Oeiras. De momento só pode ser visitada pelos funcionários e colaboradores do Taguspark, mas a partir de 5 de abril e até 14 de maio estará aberta ao público, de segunda a sábado, das 9h às 19h.

A mostra faz o registo da viagem que o fotógrafo João Porfírio percorreu com o jornalista João de Almeida  Dias  para  fazerem  a  cobertura  da  campanha  presidencial  nos  EUA  para  o  Observador.  Foram mais de 2600 km em 16 dias, entre 24 de outubro e 7 de novembro 2020.

O  trabalho  agora  em  exposição  regista  um  país  politicamente  empenhado,  mas  severamente  es-partilhado.  Em  Nova  Iorque,  encontraram  uma  cidade  que  ainda  sofria  o  trauma  da  pandemia  Covid-19;  retrataram  Scranton,  na  Pensilvânia,  a  cidade  natal  de  Joe  Biden,  que  Donald  Trump  acusou de abandonar; em Filadélfia, fizeram uma reportagem com a comunidade afro-americana e depararam-se com as manifestações e pilhagens que se seguiram à morte de Walter Wallace Jr; na Virgínia Ocidental, captaram o ambiente de um centro de recuperação de toxicodependentes; em Youngstown, Ohio, mostraram os sobreviventes de uma cidade onde fechou uma fábrica da Gene-ral Motors; na Pensilvânia, assistiram a um dos maiores comícios de Trump nesta campanha; em Filadélfia, cobriram um dos comícios inovadores em modo drive-in de Joe Biden; em Wilkinsburg, Pensilvânia, fizeram a reportagem da noite eleitoral em casa de um apoiante de Donald Trump; na Filadélfia, durante a contagem de votos, cobriram uma manifestação pró-Biden e outra pró-Trump; de regresso a Nova Iorque presenciaram os festejos da eleição de Joe Biden nas ruas.

João de Almeida Dias relata que “nos 16 dias em que estivemos juntos nos EUA em reportagem, não  encontrámos  ninguém  disposto  a  ficar  a  meio  caminho.  Ouvimos  quem  pusesse  Trump  ao  lado do pior dos fascistas e também quem equiparasse Biden a ditadores comunistas. Conhecemos também quem tivesse deixado de falar com amigos ou familiares por não tolerarem as suas opiniões políticas. Passámos por quatro estados: Nova Iorque, Pensilvânia, Virgínia Ocidental e Ohio, onde assinámos em conjunto 16 reportagens. Fomos dos prédios imensos de Manhattan às planícies de perder de vista no Ohio. Falámos com pessoas felizes pelo estado do seu país e outras que se sentiam no limite. Aqui, contamos como foram esses dias, entre as pessoas que conhecemos e os desafios que encontrámos”.

Para a curadora da exposição, Maria Mann, “João Porfírio e João de Almeida Dias capturaram o próprio coração da América de hoje numa documentação eloquente e evocativa. Para a curadora da exposição, Maria Mann, “João Porfírio e João de Almeida Dias capturaram o próprio coração da América de hoje numa documentação eloquente e evocativa. As suas imagens e palavras colocam-nos diretamente no centro de uma América Desunida”.

Eduardo Baptista Correia, CEO do Taguspark, realça “o empenho do Taguspark em apoiar a trans-formação de um trabalho jornalístico de exceção numa exposição que retrata e relata um momento marcante da história recente dos Estados Unidos da América e das democracias no mundo ociden-tal, como são as eleições norte americanas”.

Esta exposição e catálogo foram produzidos com o patrocínio do Taguspark e o apoio da Casa da Imprensa, em parceria com o Observador. A associação cultural CC11, que coordenou esta inicia-tiva, foi fundada no início do ano 2020 e tem como finalidade divulgar e promover a fotografia e o fotojornalismo em Portugal.

NOTAS BIOGRÁFICAS

JOÃO PORFÍRIO, natural de Portimão, estudou jornalismo em Lisboa. É editor de fotografia efotojornalista do Observador tendo já passado pela agência Lusa, pelo semanário SOL e o Jornal i. Realizou reportagens em diversos países, acompanhou a crise dos refugiados durante 2015 e 2016. Foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, a participar no livro  de  comemoração  do  segundo  ano  de  mandato.  Venceu  o  Prémio  Estação  Imagem  2019  na  categoria de Notícias e o segundo prémio do concurso Somos - Imagens da Lusofonia, edição de 2021, organizado pela Fundação Oriente em Macau.

MARIA MANN, natural dos EUA, foi directora de relações internacionais da EPA de 2007-2018;anteriormente, foi directora de eventos globais actuais na Corbis, Paris, directora de fotografia para as Américas na Agence France-Presse (AFP), e depois editora-chefe de fotografia internacional da AFP em Paris. Tem julgado concursos de fotografia para a UNICEF, Bayeux War Correspondents, PoY, integrou por duas vezes o júri do World Press Photo.

JOÃO DE ALMEIDA DIAS, natural de Évora, entrou no jornalismo em 2012. Escreveu no Ob-servador e noutros órgãos nacionais e internacionais. Fez reportagem a partir de vários países em quatro continentes. Recebeu o Prémio de Jornalismo “Direitos Humanos & Integração”. As eleições de 2020 nos EUA foram o seu último trabalho como repórter.
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