As Secretarias, peça escrita pelo coletivo norte americano The Five Lesbian Brothers, nos anos 1990, é pela primeira vez apresentado em Portugal, numa encenação de Maria Inês Marques. Depois da estreia no Teatro do Campo Alegre, no Porto, em janeiro, As Secretárias chegam agora a Lisboa, para três apresentações na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, de 17 a 19 de outubro.

Passada na cidade ficti?cia de Big Bone (Oregon), nos início dos anos 1990, As Secretárias conta a histo?ria de cinco mulheres que asseguram o trabalho administrativo numa grande fa?brica de madeira. Confinadas a um escrito?rio este?ril e a um emprego que tem como principal func?a?o perpetuar o lucro do dono da empresa e alimentar os fetiches machistas dos funciona?rios, as mulheres criam um culto secreto que tem como suposta missa?o a reparac?a?o das injustic?as de ge?nero na empresa, atrave?s do massacre mensal de um lenhador, na primeira noite das suas menstruac?o?es sincronizadas.

Uma comédia negra, que aborda temas como o patriarcado, o feminismo, os papéis de género ou o capitalismo, As Secretárias (The Secretaries, no original) estreou-se em 1993 no mítico WOW Café, em Nova Iorque, e marcou a vanguarda teatral norte americana na década de 1990. Três décadas depois, o texto é pela primeira vez representado nos palcos portugueses, num espetáculo claustrofóbico que recupera a estética dos slashers e da ficção televisiva dos anos 1980/90, propondo um estudo rigoroso e desconfortável sobre a infiltração insidiosa do patriarcado no universo profissional, político e interpessoal das mulheres.

Com tradução e encenação de Maria Inês Marques, o espetáculo conta com interpretação de Carolina Amaral, Crista Alfaiate, June João e Maria Jorge, no papel de quatro secretárias, e ainda de Lígia Roque, no papel da sua chefe. As Secretárias é uma produção PLATAFORMA UMA em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Municipal do Porto e o Teatro Académico de Gil Vicente.

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