"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Conferências

Sobre a prática artística: Conferência de Susana Mendes Silva

A minha prática artística desenvolve-se em torno do desenho, da instalação, da performance, da pesquisa, da prática arquivística e, sobretudo, em torno de encontros — com o público, com os espaços, com a história e com os meus pares. 

6 Dez 2025  |  15h30

Auditório do MAC/CCB
Praça do Império, 1449-003 Lisboa
Preço
Entrada livre
Isso leva à criação de obras cujas referências históricas e políticas tornam-se visíveis enquanto exposições, objectos ou acções que transmitem mensagens poéticas e políticas. Para além disso, sempre me interessou ir buscar coisas banais, quotidianas ou da esfera íntima, para espoletar performances ou criar projectos artísticos que são espaços performativos.

Como pergunta a curadora Antonia Gaeta, “O objecto do teu trabalho é muitas vezes a constatação da ausência absoluta de espaços de pensamento colectivos e igualitários capazes de determinar um envolvimento social e inspirar um comportamento livre. Certo?”.

Acredito que um/a artista não é quem dá respostas, mas antes alguém que coloca questões às outras pessoas, que as faz reflectir, que as introduz em mundos onde ainda não tinham estado daquela forma. É disso que irei falar através das obras e projectos que vos irei mostrar.

Bio:

Susana Mendes Silva
Artista plástica, performer, professora auxiliar na Universidade de Évora (DPAO), investigadora integrada senior no CEIS20 / Universidade de Coimbra e membro da direcção da AAVP - Associação de Artistas Visuais em Portugal.
A sua prática artística desenvolve-se em torno do desenho, instalação, performance, pesquisa, prática arquivística e, acima de tudo, em encontros — com o público, com o espaço, com a história e com os seus pares. Isso leva à criação de obras cujas referências se tornam visíveis como exposições, objectos ou acções que transmitem mensagens poéticas e políticas.
Trabalhos seleccionados:
Mulheres ao Mar (2025), Amigas Unidas (2025), Untitled [Get Back] (2023-25), Alameda, Avenida, Mariana, Maria, Maria, Maria (2022), Como silenciar uma poeta(2020-25), Voice-over (2019-20), suruba de autores (2017-24), Ana (2016-2024), Girlschool (com Alice Geirinhas, 2016-20), E. de A. (2016), Rectangle Disorder (2014), Como silenciar uma poeta (2020-25), Square Disorder (2008), Ritual (2006), Jóias Íntimas (1996)

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Conferências Anuais CCB/CICANT_ECATI

A arte do século XXI…? Outros espaços: Margens criativas.
Em 1926, o historiador e teórico da arte, Carl Einstein, publica, em Berlim, na famosa Propyla?en-Verlag, a A arte do século XX. Bem cedo, pensaram muitos. Logo nos primeiros parágrafos da obra, Einstein toca um problema que parece repetir-se agora, o do «cepticismo desta época».
O fazer criativo do homem consiste, também, em criar uma dimensão que não pertence ao regime do natural, da cognição, do conhecimento, mas sim da imaginação e das novas formas de redesenhar os objectos, ainda que às primeiras dimensões possa ainda estar ligada; a arte, porque age a partir do real, e sobre ele, é construtora e configuradora do real, já que o organiza, reorganizando os seus objectos em torno de leis que não existem na natureza, mas só e sim na própria pulsão criativa do homem; porque só a arte tem o poder de «transformar as coisas em signos nunca vistos» (Carl Einstein). Compreende-se esta caracterização porque para Einstein se tratava sempre, e principalmente, de se afastar do seu tempo, de criar distâncias para poder pensar, de um querer ir mais além da época histórica, procurando a simultaneidade temporal das formas de ver que a história até então tinha produzido, «o dever», diz em A arte do século XX, de «transformar a actividade e a percepção humanas». Para Einstein tudo se jogava nas formas de afecção da visualidade e da organização das imagens, antecipando muito das fracturas que, no mesmo século, vieram a produzir-se e que ainda hoje subsistem. É essa forma de reorganização da visão que recolhe dentro de si o conceito do alucinatório, um elemento que para ele pertence à arte enquanto instrumento que permite recriar novas formas de ver, não um meio ou instrumento que dá a ver formas, que projecta ideias ou sensações, mas sim que provoca modificações do olhar e, ao fazê-lo, produz novos modos de ver, de recriar a própria realidade. Por isso, para este, a arte é sempre, também, da ordem do político. O uso do conceito de alucinatório remete, em Einstein, para processos psíquicos complexos que ligam condições subjectivas e condições objectivas, processos psíquicos e fenómenos perceptivos, fenómenos sociais, também. Quando o alucinatório se produz, ocorrem para este processos de reacções entre o psiquismo e o fenómeno biológico, produzindo-se dessas reacções o trans-visual, um conceito que vai mais além da simples definição da arte como algo estanque, completamente definido. Entre estas possibilidades, queremos pensar, um século depois, a situação da arte no século XXI e para tal, não só Carl Einstein nos interpela, também vem a jogo a conhecida afirmação, vezes sem conta repetida na última centúria, de Samuel Beckett num título muito afim ao que propomos: «É o fim que é o pior, depois o meio, depois o fim, no fim é o fim que é o pior» (L'Innommable, 1958).

Conferências Anuais CCC/CICANT_ECATI

O ciclo de conferências anuais Espaços Outros é uma parceria entre o Centro Cultural e Belém e a Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) e o Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona-Centro Universitário de Lisboa.

O objetivo desta parceria é ligar a produção académica e científica com a comunidade, proporcionando a possibilidade de transmissão de conhecimento ao mesmo tempo que se mostra como um espaço de diálogo plural. A ação que cada instituição leva a cabo contempla a possibilidade de sinergias temáticas, que vão desde as artes visuais, o cinema, as artes cénicas e as artes sonoras, a comunicação e a cultura, a arquitectura e os novos dispositivos digitais.
Estas conferências anuais terão lugar no Centro Cultural de Belém uma vez por mês, Sábado, 15:30h no auditório do MAC/CCB e com uma programação que se estende entre Março e Dezembro.
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