Ordem Internacional e Multilateralismo
Cabo Verde, a Europa e o legado de Amílcar Cabral, por Fátima Monteiro
O discurso do Governador do Banco de Cabo Verde, em novembro de 2002, sobre as relações futuras de Cabo Verde com a União Europeia e Portugal, deixou claro qual poderia vir a ser o enquadramento oficial do debate sobre o desenvolvimento cabo-verdiano, que passaria por uma Euro(pe)ização da economia e, consequentemente, sociocultura cabo-verdiana a médio e longo prazo. O presente artigo tenta enquadrar este debate dentro da história particular de Cabo Verde, de uma cultura de síntese entre a Europa e África, que, depois de um movimento – protagonizado por intelectuais como Amílcar Cabral – em direção enquadramento geográfico e étnico africano, e que se vê novamente voltado à Europa na procura por um desenvolvimento que não foi possível de conseguir no seio do continente africano.