Relações com os países africanos, Timor e Macau

Malhas do Império – Álvaro de Vasconcelos

Ironicamente, Portugal teve de gerir a parte final da saga da queda do seu Império, com a sua contribuição para o sucesso do processo de independência de Timor, bem como com o processo de integração de Macau na China, ao mesmo tempo que presidia à União Europeia. Está aqui um exemplo claro de como estavam errados todos aqueles que afirmavam que a viragem de Portugal para a Europa representaria o fim da sua influência atlântica. Pelo contrário, a posição de Portugal na UE dá-lhe uma maior capacidade de intervenção internacional. Nas palavras de Vasconcelos: “quanto mais perto está Portugal do centro da Europa, mais a sua política extra-europeia ganha substância e poder de influência.” Esse poder de influência foi vital para o sucesso das relações Lisboa-Jacarta e Lisboa-Pequim, com o objetivo de assegurar os direitos humanos e as instituições democráticas nomeadamente em Timor. Portugal constitui-se como um ator da política da Europa.