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"Épico e Trágico: Camões e os românticos"

O Museu de Arte Antiga celebra os 500 anos do nascimento de Luís de Camões através de uma nova exposição temporária que evoca a sua obra e o impacto da figura do poeta na cultura romântica.

Francisco Vieira, dito Vieira Portuense (1765-1805)_Vasco da Gama na Ilha dos Amores (Os Lusíadas, Canto IX)

12 Jul a 29 Set 2024

Museu Nacional de Arte Antiga
R. das Janelas Verdes, 1249-017 Lisboa

Celebra-se, em 2024, os 500 anos do nascimento de Luís de Camões (1524-1580), o maior poeta português, autor de Os Lusíadas, inspirado em A Eneida de Virgílio, que narra a história de Portugal numa perspetiva mítica, centrada na viagem de Vasco da Gama.

Desde finais do século XVIII, Camões e alguns temas de Os Lusíadas conheceram crescente divulgação internacional, contextualizados numa cultura pré-romântica. A vida aventurosa do poeta tornou-se ela própria motivo literário e artístico. Foi neste ambiente que Francisco Vieira Portuense realizou uma série de composições visando ilustrar cada um dos 10 Cantos do poema, num projeto para uma grandiosa edição. Essa publicação nunca foi concretizada mas, no início de 1817 saiu em França uma cuidada e amplamente ilustrada edição monumental de Os Lusíadas, por iniciativa do Morgado de Mateus.

Por estes mesmos anos, vários criadores portugueses, todos a viver fora do país e quase em simultâneo, consagraram obras celebrativas a Camões: Domingos Bontempo dedica-lhe uma Missa de Requiem, em 1817, e Almeida Garrett compôs um extenso poema, editado em 1825. Coincidentemente, em 1824, Domingos Sequeira, apresentou, no Salon de Paris, o quadro A Morte de Camões que, no final, enviou para o Rio de Janeiro, oferecendo-o ao recente imperador D. Pedro I (D. Pedro IV de Portugal). A obra perdeu-se depois, mas existe um conjunto de desenhos preparatórios que evocam o poeta nos últimos momentos de vida, recebendo a terrível notícia da derrota de D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir. «Ao menos morro com a Pátria!» exclamaria ele.

O conjunto de obras expostas consagra o arranque do romantismo na arte portuguesa, comprometida com a celebração da história nacional e dos seus heróis. E os temas camonianos, entre eles, o dos últimos momentos do poeta, continuaram a ter eco e a ser abordados, ao longo de todo o século XIX, tanto por pintores portugueses como por alguns europeus.

Comissariada por Alexandra Markl e Raquel Henriques da Silva, a mostra inaugura na quinta-feira, 11 de julho, pelas 17h30 na Sala do Tecto Pintado do MNAA.

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