"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Efemérides

Morte de Maria Helena Vieira da Silva

A 6 de março de 1992, morreu a pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva. 

© Maria Helena Vieira da Silva
(Lisboa, Portugal, 13 de junho de 1908 - Paris, França, 6 de março de 1992)

Tendo mostrado desde muito cedo interesse pela leitura, pela pintura e pela música, Vieira começou a estudar, com apenas 11 anos e ainda em Lisboa, música, desenho, pintura e escultura. Em 1928, com 19 anos, partiu para Paris com a mãe para continuar a estudar arte.
Em 1930 casa-se com o pintor de origem húngara, Arpad Szenes (1897-1985), que conhecera na Academia da Grande Chaumière, perdendo a nacionalidade portuguesa. Torna-se pouco depois apátrida quando por sua vez Arpad Szenes perde a nacionalidade húngara. Pintora de temas essencialmente urbanos, a sua pintura revela, desde muito cedo, uma preocupação com o espaço e a profundidade. Em 1932 conhece Jeanne Bucher, que desempenha um papel decisivo na sua carreira, iniciado com a organização da sua primeira exposição individual no ano seguinte. É por seu intermédio que Vieira da Silva descobre a pintura de Torres-García que a marca profundamente. Em Portugal, as suas obras são vistas pela primeira vez em 1935, na Galeria UP, numa exposição organizada por António Pedro. No ano seguinte, Vieira da Silva expõe com Arpad Szenes no seu atelier de Lisboa.
Durante os anos que se seguiram, nomeadamente durante a segunda metade da década de 60 e durante toda a década de 70 e 80, começaram a ser realizadas diversas retrospetivas sobre o trabalho e obra de Maria Helena Vieira da Silva, sendo as suas pinturas expostas em diversas exposições internacionais e espaços museológicas, como em Portugal, Israel, Itália, França, Reino Unido, onde foi eleita membro da Royal Academy of Arts, em 1988, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Espanha, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Senegal, Tunísia, Argentina, Brasil ou Estados Unidos da América, onde, em 1970, foi nomeada Daughter of Mark Twain.
Em Portugal, a artista também foi reconhecida, sobretudo após a Revolução dos Cravos, tendo realizado diversas obras encomendadas pelo Estado Português, como os painéis decorativos das estações metropolitanas da Cidade Universitária e do Rato ou os dois cartazes editados pela Fundação Calouste Gulbenkian, a pedido da poetisa e amiga Sophia de Mello Breyner, para comemorar a data da revolução. A 9 de dezembro de 1977 foi lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 16 de julho de 1988 a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, para além das Medalhas da Cidade de Lisboa e do Porto pelas respetivas Câmaras Municipais. Para além destas honras dadas pelo Estado Português, várias associações e instituições portuguesas já haviam homenageado a vida e obra da artista, tais como o Grémio Literário de Lisboa e a Academia de Belas-Artes de Lisboa, que a nomearam sócia honorária em 1968 e 1971, respetivamente, sendo ainda escolhida em 1984 para membro da Academia das Ciências, das Artes e das Letras de Lisboa.
É considerada uma das mais importantes pintoras europeias da segunda metade do século XX.

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